sábado, 17 de setembro de 2016

Agostinho da Silva

Coisas que uma pessoa aprende até no facebook:

Da fonte

Vimos ontem o caso do título que refere uma frase nunca dita. Uma falsa citação.
Hoje o caso de um texto que parece sábio - tem muita informação - mas pelo menos a mim deixa uma dúvida: de onde vem tanta sabedoria? O jornalista é técnico?
Sendo um artigo de jornal, não se rege pelas mesmas regras de um trabalho académico - porque neste teria de vir a fonte, expressa, para tanta informação adquirida.

O artigo foi publicado aqui. Em baixo a transcrição:

Por que é que o Metro de Lisboa funciona tão mal?

O termo canibalização pode ser arrepiante, mas é muito usado na engenharia de manutenção quando se retiram peças a um veículo para poder manter as outras a funcionar. É o que se passa no Metro de Lisboa, que tem neste momento 11 comboios encostados, alguns dos quais a fornecer peças a outras composições para que estas possam continuar a circular.
É que para comprar peças e avançar com acções de manutenção pesadas aos comboios do metro lisboeta, são necessárias as autorizações dos ministérios do Ambiente (que tutela o Metro) e das Finanças, que desempenha neste processo o papel de mau da fita porque, empenhado na execução orçamental e no cumprimento da meta dos 2,5%, não autoriza as despesas àquela empresa.
Nas oficinas do Metro de Lisboa, engenheiros e operários desesperam. A administração também. Os stocks de peças já chegaram a zero e teve que se recorrer à canibalização de algumas unidades para que outras possam continuar a circular.
O problema agrava-se com a aproximação da revisão de meia vida aos comboios. Grande parte da frota data dos anos 90 do século passado e deve ser agora sujeita a uma revisão profunda que lhe prolongue a vida útil por mais 20 anos. Um projecto para o qual não há dinheiro.
Um dos aspectos mais delicados é o dos rodados dos comboios. Sujeitos a muitas acelerações e frenagens, as rodas têm de ser frequentemente reperfiladas e sujeitas a testes para descobrir eventuais fissuras. Mas alguns rodados já não aguentam mais reperfilamentos, pelo que a solução passa por fazer parar os comboios enquanto não se compram novos rodados.
Outras composições estão também paradas, não por terem avarias específicas que as impeçam de circular, mas sim porque o período de via útil de alguns componentes terminou.
A segurança dos passageiros não está, pois, em causa. Mas o seu preço é a degradação do serviço comercial. O metro lisboeta podia ter frequências de três minutos entre comboios, mas em algumas linhas e horas esse intervalo é de 12 minutos.
Ao nível da infra-estrutura a sua manutenção sofre dos mesmos problemas do material circulante. Os passageiros habituais, mesmo os mais desatentos, já terão reparado que o nível de ruído e de vibrações tem aumentado, sobretudo nas curvas. Isso deve-se ao excessivo desgaste ondulatório dos carris devido à falta de manutenção. Não há quaisquer riscos de descarrilamento, mas não é agradável viajar sobre uma linha deteriorada, até porque isso acaba por provocar mais problemas nos rodados que, por sua vez, se tornam mais agressivos no carril. Um círculo vicioso de degradação que só se quebra quando roda e carril voltarem a deslizar sem atritos.
O “alisamento” dos carris faz-se por meio de uma máquina que se designa por esmeriladora, cuja actuação resolve o problema do desgaste ondulatório. Mas a esmeriladora do Metro de Lisboa data de 1975, avaria muitas vezes e passa muito tempo parada devido à dificuldade em comprar peças. Também por isso, os planos de manutenção não estão a ser cumpridos. E uma infraestrutura degradada, para que possa continuar a ser segura, obriga a que se circule nela cada vez mais devagar.
Um problema que, para já, não se coloca pois desde 2011 que, por motivos de economia de custos, se reduziu de 60 para 45 Km/hora a velocidade do metropolitano. E no entanto, com excepção de duas curvas, a rede do metro está desenhada para velocidades de 70 Km/hora. As baixas velocidades actuais encaixam bem na redução de custos operacionais e na garantia de segurança dos passageiros, mas, globalmente, significam um subaproveitamento da totalidade da infra-estrutura.

Falta de pessoal

Ao nível dos recursos humanos o Metro de Lisboa funciona hoje, com uma rede de 40 quilómetros, com praticamente o mesmo número de funcionários do que quando tinha 12 quilómetros. É certo que houve progresso tecnológico e ganhos de produtividade e que muitas funções foram suprimidas ou substituídas pelas tecnologia.
Mas há dez anos que não há novas entradas de pessoal na empresa. Anabela Carvalheira, delegada sindical, diz que entre 2009 e 2015 saíram 45 maquinistas e que não foi nenhum contratado. E recorda que em 13 de Abril deste ano o ministro João Matos Fernandes prometeu a entrada de 30 trabalhadores para o Metro, mas tal promessa não foi cumprida. Uma vez mais, falta a necessária autorização das Finanças.
A dirigente sindical diz que isto é consequência da política do governo anterior que, ao pretender privatizar o Metro, “quis ver-se livre dos trabalhadores” para o tornar mais apetecível aos privados. “O governo actual agora vai no caminho certo que é o de manter a empresa pública e ao serviço da população, mas é necessária a reposição do número de funcionários”.
O PÚBLICO questionou a administração do Metro de Lisboa sobre estes problemas, mas não obteve resposta.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Da citação e da imprecisão

O caso do homem que mandou outro homem caçar pokémons. Aqui.

Seminário 2016-2017

Programa 

1.       O que é uma tese?
a.       Dissertação
b.       Artigo ou «paper»?
c.       O poster
2.      O conceito de ciência
a.       Produto e modo de produção
b.       Em ciências humanas
c.       Que conhecimento produzimos/reproduzimos?
d.       Acrescentar um ponto/dialogar com o cânone
3.        Escolhendo o tema de trabalho
a.       Demasiado amplo
b.       Demasiado específico
c.       Será possível abarcá-lo?
4.       Da cientificidade
a.       Como ser científico
b.       O diálogo como método primeiro
c.       Validação e refutação
5.       Citação e plágio
a.       Somos leitores
b.       O seu a seu dono: como citar
c.       Instrumentos de aferição e auto-aferição
6.       O método  
a.       O que é
b.       Pequenos passos
c.       Grandes passos
7.       Como trabalhar?
a.       Parábola dos comprimidos
b.       Tango, não salsa: aproximar/afastar
c.       Bloco-notas e computador
8.       A pesquisa
a.       Onde ir’
b.       Bibliografia: essencial e acessória
c.       Estado da arte e bens essenciais
9.       A arte de ler
a.       Uma ciência humana
b.       Como acertar?
c.       O que sublinhar?
10.   A escrita I
a.       Como escrever?
b.       Simplicidade e complexidade
c.       Erros mais frequentes
11.   A escrita II
a.       Editar
b.       Rever
c.       Ler
12.   A bibliografia
a.       Que fontes?
b.       Que interlocutores?
c.       Da generosidade
13.   Da revisão
a.       Principais problemas
b.       Vícios mais comuns
c.       Da preguiça de ler o nosso próprio trabalho
14.   Alguns truques para descontrair
a.       Perder o medo
b.       Evitar procrastinar

c.       Trabalhar sem trabalhar

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Aula de 10/12

Um bom instrumento para pesquisar artigos sobre os nossos temas: o Google Académico. Aqui.

David e Sandor Marai

Apresentação de Margarida Espiguinha.

E de como a coreografia «errada» pode ser mais complicada de sincronizar que a «certa»: o caso deste bailado cómico.

A Flauta Mágica de Ingmar Bergman - o filme da ópera de Mozart. Aqui. O leitor-modelo criado por Bergman: a menina sorridente (a maior parte das vezes) que re-age ao que se passa no palco.

Dois sítios interessantes que falam da estrutura do texto académico: HDR aqui e Ph.D Structure & Content aqui


quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Aula de 3 Dezembro

Discurso de De Gaulle
Os Lusíadas, Canto V - 87-97
Aprendiz de Maquiavel. Aqui.
Imposturas intelectuais. Sokal. Aqui.
Quem conta UM CONTO
Entropia
Fornecer a lenha

O que é cientificidade? (Umberto Eco)

Como citar a autoridade (o caso dos pareceres - ionline aqui)

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Qualquer tema pode/merece ser abordado

O que dá ou retira mérito ao trabalho é o método.


Portanto ontem que foi o Dia Internacional de luta contra a violência sobre as mulheres,
 encarceraram o preso 44 na ala feminina da prisão situada na cidade que é conhecida 
pelo templo de Diana, deusa da caça.

Portugal é uma novela da TVI.
Rui Xará

Não é, nem de longe, a melhor piada do Rui Xará, mas tem o condão de ser educativa sobre o B Á 
BÁ do humor. (Digamos, a sua gramática.) 

1) Pega-se num evento importante talvez menos conhecido (e explica-se claramente)

2) associa-se a outro completamente díspare mas que até se pode elidir

3) encontra-se uma referência real, intemporal, mas esquecida 

4) remata-se à baliza com uma quarta referência, se possível existencial.

Adenda: «Portugal parece» ou «Portugal lembra» seriam igualmente adequadas mas menos fortes. 
E a novela também poderia ser da SIC ou da RTP, ou mesmo do Canal Q, mas teria menor impacto.
 Pensavam que eu ia a dizer «mas não seria a mesma coisa»? Pois, essa é outra lição: nunca lhes 
dar aquilo de que estão à espera. Hoje foi uma aula, com um convidado especial.